01 abril 2014

Dia da Mentira - História Verdadeira

Hoje é o dia da mentira, mas a história que vou contar é verdadeira.

Saí do meu primeiro dia de estágio. Tudo correu bem, e lá estava eu indo embora. Me lembrei que não tinha dinheiro para o busão, pois não saquei. Juntando todas as minhas moedas, tinha 95 centavos. Que raio de criatura anda com 95 centavos na carteira? (eu só vi que me restaria 95 centavos para voltar, quando já estava no ponto de ônibus e não tinha mais tempo para voltar em casa e pegar).

Só não ter dinheiro na carteira para voltar pra casa não era suficiente, já eram 14horas e eu ainda não havia almoçado, além de estar com vontade de ir ao banheiro.

Caminhei umas oito quadras, com vontade de ir ao banheiro, não tive outra alternativa, li do outro lado da rua "Japão - Frutas" (ou algo do tipo), atravessei a rua e entrei no comercio, o senhor de olhos puxados olhou para mim e eu falei:
- O senhor tem um banheiro que eu possa usar?
- Tenho! Ali.
- Obrigada!

Voltei do banheiro e como boa filha de caminhoneiro conversador que sou, fui logo falando:
- O senhor acredita... Saí do trabalho com vontade de ir ao banheiro e não fui.
- Ah, isso acontece!
- É! O senhor passa cartão? (eu disse olhando para os salgados)
- Passo!
- Quanto é o salgado? Quero um kibe recheado de queijo. Eu hoje estou muito despercebida, acredita que não tenho dinheiro nem para ir embora no busão? não saquei.
- 2,50R$. Acontece né...
- É... Cadê a maquininha pra eu passar o cartão?
- Não precisa não! (disse ele colocando 5,00 reais em cima do balcão)
- Mas eu preciso pagar o senhor!
- Não precisa.. E pode pegar o dinheiro pra você pagar o ônibus.
- Não senhor, não precisa... Eu encontro um caixa eletrônico daqui a pouco. Pega a maquininha que eu passo o cartão.
- Não precisa. Pode pegar o dinheiro.

Com a insistência dele, e sabendo que eu não tinha conhecimento de onde encontraria um caixa eletrônico, peguei o dinheiro.

- Viu. Muito obrigada! Amanhã eu passo aqui e pago o senhor, 7,50R$. Qual seu nome?
- Nada! Essas coisas acontecem com a gente. Me chamo Minoro.
- Minoro? Meu pai tinha um amigo caminhoneiro lá em Itumbiara, que se chamava Minoro, era japones que nem o senhor.
- Ah, vocês são de Itumbiara?!
- Sim!
- Hm!
- Então tá bom senhor Minoro. Amanhã passo aqui e te devolvo.
- Não precisa ser amanhã.
- Amanhã eu venho trabalhar, e passo aqui.
- Tá bom então.
- Tchau! Obrigada!
- Tchau!

OBS: Agora eu tinha aliviado a vontade de ir ao banheiro, tinha algo no estômago e dinheiro para voltar pra casa. (risos)

Ps: Agradeço a todos os Minoros que existem no mundo!

(Isso aconteceu comigo mesma ( Ianê) hoje (01/04/14) saindo do estágio. Fiquei instigada, como existem sim pessoas incríveis nesse mundo (tenho encontrado essas pessoas ultimamente) e decidi compartilhar)

Beijinhos



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